Como ficou a Educação em fevereiro
POR:NOVA ESCOLA
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, participa da audiência pública no Senado para falar sobre prioridades na área de Educação Foto: Luis Fortes/MEC
Dia 1
Em entrevista publicada pela revista Veja, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez falou sobre seus planos e prioridades para o Ministério da Educação (MEC). “O que precisamos resgatar no Brasil é a valorização do ensino fundamental e dos cursos profissionalizantes”, afirmou. Mas o que provocou reações enfurecidas nas redes foi um comentário a respeito do comportamento dos brasileiros em viagem ao exterior. “O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”, disse o ministro. No dia 18, o ministro postou um vídeo no Twitter em que pedia desculpas, afirmou que ama o Brasil e disse que suas palavras foram tiradas de contexto.
Dia 5
O ministro Ricardo Vélez Rodríguez relatou em sua conta no Twitter que pediu desculpas formalmente a Lucinha Araújo, mãe de Cazuza. Em sua entrevista à revista Veja, ele atribuiu a Cazuza a frase “Liberdade é passar a mão no guarda”, que na verdade é de autoria dos humoristas do extinto programa Casseta Planeta. Lucinha assinou uma carta aberta ao ministro pedindo que se retratasse publicamente, do contrário tomaria “providências jurídicas”. “Liguei para Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, para desfazer o equívoco de uma resposta que dei atribuindo a ele frase de um programa humorístico. A conversa foi tocante e combinamos uma visita a ela quando eu for ao Rio. O amor do coração de uma mãe por seu filho é algo valoroso”.
Dia 11
Quatro escolas públicas de cidades-satélites do Distrito Federal adotam o modelo das escolas militares, como parte de um projeto piloto que tem como objetivo ampliar para 40 unidades até o final de 2019. O governo do Distrito Federal se inspirou nos 120 colégios militares públicos existentes no país.
Dia 18
Ricardo Vélez Rodríguez postou um vídeo em sua conta no Twitter em que pedia desculpas após a repercussão negativa de sua entrevista à Veja, em que teria chamado o comportamento de brasileiros em viagem no exterior de “canibal”. "Amo o Brasil e o nosso povo, de forma incondicional, desde a minha chegada aqui, em 1979 e, especialmente, desde a minha naturalização como brasileiro, em 1997. A entrevista à revista Veja colocou palavras minhas fora de contexto. Peço desculpas a quem tiver se sentido ofendido".
Dia 19
O coronel Paulo Roberto Costa e Silva é nomeado para a secretaria-executiva do Conselho Nacional de Educação (CNE). O cargo fica logo abaixo do presidente do CNE, Luiz Roberto Curi.
Dia 20
O governo entrega a reforma da Previdênciaà Câmara dos Deputados. Entre as mudanças, estão as regras para aposentadoria dos professores. Na proposta da reforma da previdência de Bolsonaro, a idade para se aposentar subiria para 62 para mulheres e 65 para homens. Para os professores, uma das mudanças é a exclusão da opção de aposentadoria por tempo de contribuição. A idade mínima proposta para ingressar na aposentadoria é de 60 anos com tempo de contribuição de 30 anos — cinco anos a mais de contribuição do que as mulheres têm atualmente, bem como cinco anos a mais de idade.
Dia 20
A professora Débora Garofalo fica entre os dez finalistas do prêmio Global Teacher Prize, conhecido como o “Nobel da Educação”. Graças a seu projeto de robótica em uma escola pública de São Paulo, mais de uma tonelada de lixo reciclável e eletrônico saiu das ruas e virou material para praticar robótica ou foi para o destino adequado. Ela viajará para Dubai, onde será anunciado o vencedor do prêmio em março.
Dia 25
O MEC enviou às escolas uma carta assinada pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez que conclamava as escolas a instituir uma assembleia com todos os alunos e funcionários para cantar o Hino Nacional. O que chamou atenção na carta de quatro linhas é que o ministro dizia que todos deveriam repetir o slogan de campanha de Jair Bolsonaro “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos” e incitava os gestores a filmar o evento, identificar as pessoas e enviar a um endereço eletrônico do ministério. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) deixa claro que não se pode filmar crianças e jovens sem autorização dos pais.
Dia 26
Com a repercussão negativa da carta na mídia e nas redes sociais, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez admitiu ter errado ao pedir que as escolas filmassem os estudantes cantando o Hino Nacional e enviassem ao MEC. Ele participou de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado. Diante dos senadores, o ministro defendeu a continuidade da política de cotas nas universidades e o aumento da quantidade de alunos por sala nas universidades públicas. "Defendo as cotas enquanto não for resolvida a questão do ensino básico de qualidade para todos, que possibilite no final do [ensino] fundamental e do segundo grau ao jovem que quiser concursar na universidade pública em pé de igualdade", disse. A PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão) pediu esclarecimento sobre o caso.
Dia 28
O Ministério da Educação (MEC) enviou umterceiro comunicado às escolas suspendendo o pedido de filmagem dos alunos e envio do material gravado. “Em relação à mensagem anterior do Ministério da Educação (MEC), dirigida aos senhores e senhoras diretores e diretoras de escolas, por questões técnicas de armazenamento e de segurança, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez decidiu suspender o pedido de filmagem e de envio dos vídeos por e-mail”. Mais tarde, o presidente Jair Bolsonaro afirmou a jornalistas que orientou o ministro Ricardo Vélez Rodríguez a se desculpar e desfazer o pedido para que escolas de todo o país filmassem seus alunos cantando o Hino Nacional e repetindo o slogan da campanha presidencial e enviassem o material para o MEC. "Eu disse a ele [Vélez Rodríguez]: peça desculpas e desfaça”. Segundo o presidente, o ministro poderia ter sugerido às escolas que estimulassem mais a participação dos pais no ambiente escolar.
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